quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Azul, laranja e uma mistura de cores, prenunciavam o novo dia que, surgia no horizonte daquela janela localizada exatamente no sétimo andar, da avenida central da capital. A capital naquele instante tornara-se menor do que na noite anterior, ela se tornou pequena de repente, mínima, insignificante até, sim, a capital não era mais a senhora de seu destino... A capital era simplesmente o local de sua moradia.
Sempre achou que aquela cidade era a responsável pelo seu destino, que a cidade tinha a imensidão necessária às suas buscas. Enganou-se! Na noite anterior deparou-se com uma situação muito diferente das habituais. Parte de suas buscas mostraram-se em outros olhos, olhos conhecidos, corriqueiros, mas que naquele instante tornaram-se novos, misteriosos e sedutores... Realmente aquilo estava acaontecendo? Estava?
Onde se encontrava aquela certeza que era a cidade a responsável por tudo, acreditava piamente que seria feliz lá na capital, porque lá tudo era mais "generoso", os salários melhores, mais oferta para locar um canto, mais gente, mais possibilidade... mais, mais, mais, mas se esqueceu que muitas vezes é o menos, o simples, que traz o ideal para uma vida.
O azul já havia tomado conta de sua janela e o astro amarelo iluminava o prédio antigo da estação... Era momento de andar por aquela cidade, que naquele instante era cidadezinha, precisava sair daquele canto locado e encarar aqueles olhos da noite anterior. Será? Será que não foi um impulso - fruto de uma embriaguez - que reformulou aqueles sentimentos todos? Ainda estava tomada por aquela avalanche de emoções. O que aconteceria então? Não sabia, não entendia, mas gostava, curtia, saboreava aqueles sentimentos novos e tão conhecidos daquele velho coração... Percebeu que seu coração não estava 'morto"... Ele vivia e estava disposto a suportar qualquer emoção...
Fechou a porta e abriu a janela... Venha o que vier!