Ricardo Azevedo foi uma das minhas grandes descobertas de 2007. Durante um Congresso em Campinas, assisti a uma exposição, seminário, palestra, enfim... O nome não importa, para mim pareceu um bate-papo. Aquele cara falou coisas nas quais eu acredito, por exemplo, como o papel transformador da leitura na vida do ser humano. O caráter social da leitura. Amei aquela pessoa e li alguns de seus livros. Hoje achei este poema dele e quero compartilhar...
Epidemia
Quero o alastramento da felicidade
A propagação do sonho
O surto da esperança
Quero o declínio do insucesso
O decréscimo da derrota
A demolição do desalento
Quero a disseminação da boa-nova
O vírus alvissareiro
O contágio da alegria
Quero a extinção do desastre
A anemia da descrença
A agonia do pessimismo
Quero o tráfico da poesia
A precisão exata da anomia
A epidemia noite e dia
Da utopia
domingo, 27 de janeiro de 2008
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
Meu barquinho de papel
A vida que corre, o filme que não passa, a música inaudível, o sonho esquecido, o amor apagado, o pensamento bloqueado, um ser fragilizado...
O que foi que eu perdi? Onde é que eu esqueci meu barquinho de papel? Aquele simples, cheio de felicidade e imaginação...
Como deixei que isso acontecesse? Não só eu, mas quase todos com que convivo deixaram em algum lugar o seu barquinho... Muitos estão tão bem esquecidos que fica muito difícil imaginar que um dia já construíram seu barquinho de papel!
Eu sei que eu construí muitos em minha vida, faz tempo, mas sei que construí... Olhei para muitas coisas com tanta admiração nas minhas viagens de papel... Passeei por tantos lugares a bordo daquele que conduzia minha vida, não só dele, mas principalmente das brincadeiras divertidas que a natureza fazia. As nuvens eram as minhas grandes companheiras. Como eu brinquei com elas! A cada momento elas se apresentavam a mim de um jeito, ora bravas, ora alegres, outras enigmáticas e muitas encantadoras!
A vida escorre pelas mãos... E entre os dedos os sonhos, os risos, as fantasias infantis... Por que não conseguimos mais olhar para o mundo com esses olhos cheios de fé? Por que nós - adultos - estragamos tudo com mesquinharias, atitudes pequeninas, se poderíamos ser mais leves do que somos? Que escolha é essa que fazemos quando crescemos? Escolha que não é escolha. È assim: o mundo é assim!
Eu preciso reencontrar o meu barquinho de papel. Eu não quero mais andar e caminhar sem tê-lo ao meu lado... Esse será o meu maior desafio para 2008!
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