terça-feira, 1 de março de 2011

Amor é velho sempre

Ela era daquelas garotas típicas da nova geração, ouvia música em seu mais novo dispositivo eletrônico, tinha mil amigos online, conseguia falar com muitos deles ao mesmo tempo e adorava assistir seriados "cult" em emissoras da TV por assinatura. Uma moça comum, uma vida comum, simples assim... Jurava pra todos que era moderna, que não tinha preconceito e que o amor era um sentimento louco e muitas vezes ultrapassado. Vestia-se de modo peculiarmente moderno, sabia valorizar suas qualidades e disfarçar seus defeitos... Era um dom que ela tinha: sabia se vestir muito bem. Era uma garota comum, com hábitos comuns.
Nome? Lis... Seus pais adoravam a música daquele sujeito chamado Djavan, que certa vez embalou o amor daqueles velhos, cantando, dedilhando, musicando o beijo dos dois em tempos atrás... A composição pedia perdão por um erro cometido por amor, já que em sua poesia dizia "eu só sei que amei, que amei, que amei, que amei"... Seria essa música, música que deu origem ao seu nome, responsável pela confusão dos sentimentos que brotavam naquele coração que se dizia moderno? Modernidade não era compatível com o sentimento da sua vida naquele instante... Justo ela? Uma garota da geração X, Y, Z... Tudo aquilo era novo pra ela, mas velho conhecido de qualquer ser humano: o amor, sentimento mais nobre, louco, confuso, lindo, pulsante, vibrante que alguém pode sentir...
O amor é assim chega de mansinho, se instala e faz o homem agir como os seus pais, avós, tataravós e afins... Faz o jovem ficar velho, pois esse sentimento é sempre assim... uma coisinha, cheinha de surpresas...
Lis, agora é outra pessoa, pois quando se descobre o amor, nunca mais se é a mesma pessoa. Esse sentimento é transformador... Lis olha os CDs de seus velhos pais, acha os do Djavan, seleciona alguns, decide começar por um que tem uma música chamada "Faltando um pedaço". Coloca em seu notebook o cd do cara, a música começa: "O amor é um grande laço, um passo pruma armadilha, um lobo correndo em círculos, pra alimentar a matilha..."Ela entende pela primeira vez a poesia daquela música, seus olhos enchem de água, seu peito aperta, seu corpo se solta...

Um comentário:

Unknown disse...

que liindo vã ! adorei !! , beijos